Ansiedade infantil e adulta: como combater?

Por Rita Elisio – Psicóloga

A ansiedade é uma das experiências mais comuns em crianças e adultos. É uma reação adaptativa normal, pois cria um nível de excitação e atenção ao perigo. A principal característica da ansiedade é a preocupação, ou seja, o medo de que eventos futuros tenham resultados negativos. As crianças ansiosas são muito mais propensas a ver eventos menores como potencialmente ameaçadores, em comparação com os seus pares. Por exemplo, falar à frente da turma pode ser uma situação onde a maioria das crianças fica desconfortável. No entanto, uma criança ansiosa vai acreditar que o seu desempenho será um desastre completo.

É provável que as crianças ansiosas desenvolvam determinados comportamentos como forma de prevenção de risco. Na sala de aula, podem ser introvertidos, não iniciar interações, preferir tarefas fáceis às difíceis e evitarem situações onde antecipam maior risco de falharem. Socialmente, podem sentir-se desconfortáveis em situações novas, não iniciar conversas e evitar interações de grupo. Neste contexto, preocupam-se de serem avaliados socialmente e temem que os outros os vejam de forma negativa. Embora possa haver alguma base para a preocupação, ela geralmente é desproporcional à situação e não é realista. Uma ameaça real ou imaginada pode ser suficiente para desencadear uma reação de ansiedade.

Os sinais usuais de ansiedade diferem entre a criança ansiosa e a não ansiosa, principalmente em grau, e podem ser mostrados de uma ou mais das seguintes maneiras:

  1. Excessivo ou atípico para idade ou nível de desenvolvimento;
  2. Inadequado ou excessivo para a situação;
  3. Persistem por várias semanas ou meses;

 

A lista a seguir resume os principais sinais de ansiedade. De salientar que nem todas as crianças apresentarão todos as características ou demonstrarão os mesmos sinais na mesma intensidade:

Pensamento/Aprendizagem

  • Problemas de concentração;
  • Problemas de memória;
  • Problemas de atenção;
  • Dificuldades de raciocínio lógico;
  • Preocupações

Comportamental:

  • Inquietação;
  • Evitar tarefas;
  • Discurso rápido;
  • Irritabilidade;
  • Evitamento social;
  • Perfecionismo;
  • Falta de participação;
  • Falha ao concluir tarefas;
  • Procura de tarefas fáceis;

Física:

  • Desconforto no estômago;
  • Frequência cardíaca rápida;
  • Pele corada/vermelha;
  • Transpiração;
  • Dores de cabeça;
  • Tensão muscular;
  • Problemas de sono;
  • Náusea;

Os pais e os professores, podem realizar uma série de perguntas, que deixamos de seguida, enquanto determinam o que fazer:

  1. Quão típica é a ansiedade para a idade da criança?
  2. Tende a ser específico da situação ou difundir-se entre situações?
  3. Existem eventos, mudanças ou circunstâncias atuais que podem ajudar a explicar o problema?
  4. Que efeitos no desempenho pessoal, social e académico são evidentes?
  5. O que foi tentado para ajudar a situação?
  6. O que ajudou e o que não ajudou?